Ver Postagem

ALTO DO CARDEIRO SOFRE COM SALINIZAÇÃO NOS POÇOS ARTESIANOS

Em Noticias by Observatório São João da BarraDeixe um Comentário

Povos tradicionais da localidade relatam impactos do Porto do Açu em seus poços artesianos

Povos tradicionais da localidade de Alto do Cardeiro, 5° distrito de São João da Barra, na última semana de março, relataram sobre os impactos ambientais decorrentes do Porto do Açu  e sobre o conflito que tem com o Parque Estadual da Lagoa do Açu (PELAG).  O principal impacto identificado é a salinização dos poços artesianos da localidade, onde com a drenagem e a retirada de areias para construção do porto contaminaram o lençol freático. Estudos realizados naquela área pelo Observação São João da Barra para seu levantamento de dados, apontaram como possíveis conflitos ambientais, salinização da água e do solo e a falta de água potável. A falta de água potável faz com que a comunidade busque alternativas, visto que a encanação de água potável abrange o bairro vizinho, Azeitona, mas não abrange a localidade de Alto do Cardeiro.

Os impactos ambientais decorrentes da atividade portuária atingiram não só localidades ao redor do porto, mas também o 5° distrito de São João da Barra quase num todo, como Alto do Cardeiro que sofre com a salinização dos poços artesianos, um dos recursos de água mais importante na localidade, os povos tradicionais utilizam para a irrigação do plantio e alguns afazeres domiciliares. Foi questionado o porquê não existe água potável para a localidade e Verônica Almeida, filha de agricultores familiares, relatou que a CEDAE, empresa do Estado que tem a concessão de águas da localidade, iniciou o encanamento para água potável, mas o que impediu a chegada da água é que Alto do Cardeiro está dentro do PELAG. Heron Costa, chefe do parque, informou que Alto do Cardeiro territorialmente pertence a Campos dos Goytacazes, mas esse é o mesmo estigma que Quixaba, Azeitona, Bajuru e Capela São Pedro vivem, porém a única coisa que muda é que todas essas localidades são assistidas pela Prefeitura Municipal de São João da Barra, em exemplo mostrado, a equipe do PELAG afirma que a localidade de Alto do Cardeiro está dentro do parque, 100 metros acima do limite da Lagoa do Salgado, ou seja, grandes propriedades agrícolas, essa área é chamada de APP (Área de Preservação Permanente), nessa área não pode ter desenvolvimento de nenhuma virtude, a não ser a  ambiental.

Filha de pescador artesanal, que não quis ser identificada, relata que Alto do Cardeiro era uma terra farta, onde seu solo era fértil, a Lagoa do Salgado era o sustento das famílias que moram na comunidade, mas que hoje em dia a lagoa e seus poços artesianos são salinizados por conta das atividades do porto. Na irrigação do plantio da agricultura familiar era utilizada água dos poços, agricultores contam que perceberam que a água estava salinizada quando perdeu suas plantações, viu que estava tudo queimado e notou que a água do poço estava salinizada. De acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA) o acesso à água potável no Brasil ainda permanece como desafio, em consulta ao site da CEDAE, empresa que tem a concessão da água e do esgoto de alguns distritos de São João da Barra.

 

ALTO DO CARDEIRO X IQUIPARI

Alto do Cardeiro é uma comunidade composta por pescadores artesanais, agricultores familiares e artesã, a renda dos povos desse território provem das tradições que foram repassadas ao longo de cada década, que não é diferente de Iquipari, no 2° distrito de São João da Barra. Os mesmo conflitos que Alto do Cardeiro vem passando desde da chegada do porto, Iquipari também vem sofrendo, com a lagoa do Iquipari sendo privatizada e reduzindo o uso e sua extração, pescadores artesanais da localidade têm que estar regularizados, como carro no ano mais recente, habilitação, documento de pesca e o motivo da pesca, a quantidade de peixes pescados também são controlados.

Ver Postagem

MORADORES DE QUIXABA PARTICIPAM DE DEVOLUTIVA

Em Noticias by Observatório São João da BarraDeixe um Comentário

Demandas de 2018 são passadas para a comunidade

 O Projeto de Educação Ambiental (PEA) Observação junto com os voluntários do projeto, apresentaram sua devolutiva para a comunidade de Quixaba e comunidades vizinhas no dia 28 de novembro, na sede do Observatório São João da Barra, com a finalidade de apresentar as demandas concluídas ao longo do ano de 2018. Abordamos junto com os moradores as questões que ameaçam o fim da pesca artesanal, a agricultura familiar e o artesanato. O professor da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), Ronaldo Novelli que esteve presente com sua turma de zoologia explicou que a abertura da barra iria prejudicar não só os pescadores como também os moradores das localidades ao redor, já que ao abrir a barra muitos peixes de água doce iriam morrer, houve uma explicação prévia sobre a questão aquática da região que abrange o quinto distrito de São João da Barra.  

 

O debate aconteceu logo após a exibição do documentário “Limites” que teve como atores sociais e principais pescadores artesanais, agricultores familiares e artesãs que são contra e a favor da abertura da boca da barra do Açu. Alunos da UENF ali presentes questionaram o conflito existente entre os próprios povos, que na verdade o conflito deveria ser povos tracionais contra os atores sociais que tentam acabar com o saber da pesca, da agricultura e do artesanato. A abertura da boca de barra também foi uma das demandas que a comunidade estava esperando pelo seus resultados, onde foi passado um curta documental explicando sobre sua abertura, muitos ali presentes sentiram-se satisfeitos com todo o trabalho feito na comunidade de Quixaba ao longo do ano. 

Após esse momento de debate, o Teatro do Oprimido (TO) veio abordando a questão dos conflitos ambientais, onde os voluntários com auxílio da equipe técnica fizeram uma peça teatral chamada “Origens” que veio contando a história de pescadores que não sabiam o real conflito, de moradores que souberam do Parque Estadual da Lagoa do Açu quando alguns foram presos no local de onde extraem seu sustento e sobre as regras implementadas pelo parque onde nenhum morador participou da criação das regras e não sabiam de sua existência e quais são seus limites já que não há sinalizações do que é o parque ou qual é sua intenção ali.

Em um dos momentos marcantes do teatro é quando um voluntário faz o papel de representante portuário onde chama os moradores ali de “Quilombolas”, vale ressaltar que ali é uma comunidade de pescadores artesanais, agricultores familiares, filetadeira e artesãs, que deixa uma gafe mostrando que mesmo sendo um dos atores sociais que mais impactam naquela comunidade, não sabe o que exploram ou o que fazem para sobreviver, já que para o porto são seres “invisíveis”.  No final da peça foi ilustrado pelos voluntários a lei de implementação do Parque onde alguns pescadores, agricultores e artesãs não sabiam que existia.

 

Reconhecimento

O PEA Observação concluiu então mais um ano de trabalho e conquista com e para a comunidade, deixando bem claro que todos os sujeitos prioritários tem os seus direitos e que podem e devem ser exigidos e como reconhecimento. A comunidade se fez presente e participou da devolutiva, agradecendo imensamente o trabalho árduo de toda equipe e voluntários.

“Com a união de um todo, foi possível conquistar coisas boas para nossa comunidade”, disse a moradora da Quixaba Adriana Gomes.

 

 

 

Ver Postagem

REUNIÃO DO PELAG DEBATE POSSÍVEL RECATEGORIZAÇÃO NO DECRETO

Em Noticias by Observatório São João da BarraDeixe um Comentário

Plano de manejo também é pauta na reunião do PELAG

Na primeira reunião ordinária do Parque Estadual da Lagoa do Açu (PELAG), estavam presentes os PEAs Observação, FOCO, Territórios do Petróleo, PESCARTE, o representante da Prumo Daniel Nascimento, o professor da Universidade Estadual Norte Fluminense (UENF) Ronaldo Novelli, Alba Simon, Heron Costa (chefe do PELAG), alguns conselheiros e visitantes. Foi debatido algumas possíveis modificações no decreto do termo de compromisso que beneficiaria a classe pesqueira e artesanal. Um dos principais objetivos desta reunião, foi mostrar a importância que tem esse decreto para as comunidades impactadas  e o quanto a união das classes  fortalecerá a recategorização.

 

A reunião foi iniciada com a prestação de contas do PELAG, informações sobre eventos e oficinas. Em seguida. Alba Simon que estuda os conflitos em parques e que está na luta junto com pescadores artesanais, artesãs, agricultores familiares e a comunidade impactada, tomou a frente do debate expondo suas experiências e conclusões para essa possível mudança nesse decreto. Ela relatou que foi através de visitas locais, que a fez ver os impactos e as dificuldades vividas por essas comunidades e reforçou sua vontade de dar continuidade ao seu trabalho  e de se fazer presente nessas comunidades impactadas, e de também poder ter essa troca de conhecimentos com esses atores sociais e está aprofundando-se nos seus estudos para auxiliar essas comunidades com os conflitos existentes e os que possam estar por vir como por exemplo a elaboração do plano de manejo.

Planos

Segundo Alba Simon, a recategorização será o melhor caminho, mas isso é um longo caminho a ser percorrido. O plano de manejo também teve o seu momento no debate, mais uma vez questionado pelos conselheiros a demora da elaboração desse plano que é de extrema importância para a classe pesqueira e artesanal e como já era previsto não há data marcada para essa elaboração.

Utilizando este tempo a favor, alguns sujeitos prioritários estão buscando informações para se apropriarem do assunto e assim fazerem parte da elaboração do plano de manejo,  pois são os mais impactados com a implementação do parque e de onde retiram a matéria prima para o sustento de suas famílias. E ter a sugestão dos sujeitos prioritários neste plano de manejo é a garantia de direitos destes grupos, já que é do parque eles retiram a única fonte de renda.

 

 

 

Ver Postagem

CONSELHO DISCUTE TERMOS PARA ABERTURA DA BARRA

Em Noticias by Observatório São João da BarraDeixe um Comentário

Boca da barra será aberta mediante a análises de documentos sob responsabilidade da UENF

Na reunião do Conselho do Parque Estadual da Lagoa do Açu (PELAG), realizado dia 10 de Maio foi aberto uma discursão sobre a abertura da barra do Açu. Esta reunião teve a presença do o chefe do PELAG e presidente do conselho Heron Costa, o Secretário Municipal de Pesca Analiel Viana, pescadores artesanais do Açu e Quixaba, PESCARTE e o representante do Observação São João da Barra Jorge Luís Barreto e também membro do conselho.

A pauta principal que era abertura da Barra do açu, foi decidida que ficaria sobre responsabilidade da Universidade Estadual Norte Fluminense (UENF) pela  pesquisa para verificar quais impactos possíveis poderão ocorrer e dessa forma serem responsáveis pelos danos.

A pesquisa feita pelos professores da Uenf servira como base para a abertura da barra. Alguns pescadores artesanais são contra essa abertura, afirmando que isso prejudicará a pesca em todo canal Quintingute e o ecossistema do Açu.

Abaixo-assinado

Foi feito em Quixaba um abaixo-assinado pelo pescadores artesanais para que seja feita a abertura da barra. No momento está se aguardando o agendamento de uma novo reunião que traga a solução definitiva para o conflito