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COMUNIDADES DE IQUIPARI E GRUSSAÍ SOFREM COM OS IMPACTOS DAS ATIVIDADES PORTUÁRIAS

Em Noticias by Observatório São João da BarraDeixe um Comentário

Salinização das lagoas de  Iquipari e Grussaí prejudica povos tradicionais.

Em levantamento de dados sobre os impactos da cadeia produtiva de petróleo e gás nas comunidades do município de São João da Barra, o Observação averiguou através de noticiários locais sobre a retirada de areia do fundo do mar na construção do Porto do Açu para facilitar a passagem de navios, salinizou toda a lagoa e água potável de todo distrito de Grussaí, a empresa que administra o porto foi multada em 1 milhão e 300 mil reais, tiveram que fazer intervenções na construção para evitar mais impactos e indenizar produtores rurais de toda área. Segundo o estudo da UENF, em 2010 tinha 2 g de sal por litro d’água enquanto no ano de 2012 foram registrados mais de 7 g de sal por litro d’água.

A Lagoa de Iquipari, tinha água doce, porém, a quantidade de sal mais do que triplicou em 2 anos. No fim de 2012, um outro estudo da universidade apontou que a água salgada nos poços queimou as plantações e causou a destruição das lavouras. O sítio do produtor rural José Roberto de Almeida foi um dos mais afetados, por que fica há menos de 3 km do aterro hidráulico. José perdeu 150 mil pés de abacaxi e 200 mil pés de quiabo, porque foram irrigados com água salgada.

O Complexo Lagunar Grussaí-Iquipari (CLGI), é um dos casos de antigas áreas de pesca que, em virtude da chegada do complexo, não podem mais serem acessadas. O impedimento se tornou aparente em 2012 quando foram instaladas guaritas de segurança e grades impedindo o acesso das pessoas de segundas as sextas feiras ao complexo, seja para as atividades de pesca ou para o lazer. A revolta dos pescadores é aparente, já que além da remoção de inúmeras famílias de suas terras, o grupo corporativo conseguiu impor um zoneamento no território que impede a continuidade do exercício da pesca nesses lugares. Os principais prejudicados com as mudanças foram os pescadores da região da lagoa. O Complexo Lagunar Grussaí-Iquipari (CLGI), tem 20km de extensão, vai desde a localidade de Barra do Açu até o distrito de Grussaí, onde faz divisa com o mar e conta com o auxílio de uma barra, com a salinização alguns moradores não tiveram água potável e alguns tiveram até doenças, como diarreia, náuseas, dor de cabeça e vômitos constantes, podendo se agravarem para doenças renais e cardíacas. A salinização prejudicou diretamente os pescadores que vivem na comunidade, além de afetar os artesãos de esteiras de “tábua”, os agricultores familiares também relataram a queima da produção agrícola devido a salubridade da água em seus poços para irrigação do plantio. A Lagoa de Iquipari está inserida na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Caruara, que já tem seu plano de manejo aprovado pelo INEA desde 2018. O monitoramento da lagoa de Iquipari, vem sendo realizado há mais de dois anos e tem como objetivo verificar a necessidade ou não se de fazer algum tipo de intervenção na área, além de manter o arquivo de dados atualizado no INEA.

Mortandade de peixes na Lagoa de Iquipari

Devido as obras portuárias e sua grande operação nos dias atuais, o porto do Açu tem destruído em grande escala o sustento das famílias de Iquipari, localidade quem vem sofrendo repressões desde quando o porto era apenas um projeto. No ano de 2018, houve em grande escala de peixes mortos na Lagoa de Iquipari, entre Tainha e Acará, as famílias que vivem do pescado não tiveram nenhum auxílio sobre o acontecimento na lagoa, segundo alguns moradores o porto foi o principal ator social a degradar toda área de pescado, agrícola e artesão.

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QUILOMBOLAS PARTICIPAM DE FORMAÇÃO DE CONDUTORES DE VISITANTES

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Quilombolas de Búzios são capacitados pelo INEA para atuarem como condutores de visitantes do Parque Estadual Costa do Sol (PECS) 

O curso tem o objetivo de capacitar  pessoas para conduzir com segurança, desenvolvendo atividades interpretativas sobre o ambiente natural e cultural, além de contribuir para o monitoramento dos impactos socioambientais no PECS. Esta iniciativa vem como um incentivo para o desenvolvimento do Turismo Étnico Ecológico que o quilombo de baia formosa vem desenvolvendo como forma de valorizar a cultura tradicional e amenizar os impactos da sobreposição dessa unidade de conservação no território Quilombola. As trilhas que fazem parte do roteiro estão inseridas na Área de Proteção Ambiental Pau-Brasil (APA Pau-Brasil) e serão utilizadas como parte das aulas práticas do curso, em atividades de manejo e interpretação ambiental.

Curso de formação conta com cinco membros do Quilombo de Baía Formosa

As aulas desse segundo curso de condutores de visitantes ocorrem no Instituto Federal Fluminense (IFF), Campus Cabo Frio, devido a solicitação da comunidade Quilombola de Baia Formosa que fez parte do público-alvo do referido edital. Cinco pessoas do Quilombo foram aprovadas nos critérios de seleção, entre elas Elizabeth Fernandes, Presidente da associação do Quilombo de Baía Formosa (ARQBF), Fabíola Coimbra,  Andreza da Conceição, Mailson Lima, Elyvelthon de Oliveira. O processo seletivo contou com avaliação socioeconômica dos candidatos, assim como avaliação do perfil e uma prova de múltipla escolha, abordando conhecimentos regionais, conhecimentos sobre trilhas e principais atrativos do PECS e noções de Turismo e Uso Público. O curso tem duração de 115h/aula, em conteúdos ministrados por aulas teóricas e práticas realizadas em alguns dos atrativos do PECS, além de estágio obrigatório de 30h.  Os eixos temáticos do curso abrangem, características da Unidade de Conservação, Biodiversidade, Geografia e Patrimônio Histórico, Legislação Ambiental e Regulamentações, Turismo e Sustentabilidade, Técnicas de Condução e Interpretação, Noções de Cartografia e Ferramentas de Orientação, Segurança, Equipamentos e Salvamento Marítimo.

Grupo estuda para prova de seleção

Prova exigiu conhecimentos sobre o meio ambiente natural da região

A prova realizada no dia 03 de março de 2018, levou membros da comunidade quilombola a se reunirem na unidade do Observatório Búzios para estudar o conteúdo da prova, a fim de adquirirem um lugar entre os selecionados do curso. Além dos quilombolas o curso é destinado às pessoas que já desenvolvem algum tipo de trabalho ou tenham perfil para a atividade de ecoturismo e a recepção de visitantes no PECS.